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Presença silenciosa

Presença silenciosa

Em um momento fora do tempo

O lago reflete a misteriosa escuridão da noite

E tudo é UM.

 

Por um instante, calam-se os inquilinos de dentro

Abrindo espaço à autêntica lucidez: o silêncio

De onde nasce a percepção.

 

Em um vazio sem palavras

O coração sente a Tua presença

Preenchendo todos os espaços

Sem movê-los ou adulterá-los.

 

Não sei quem És, não sei Teu Nome

Mas o coração sabe que És Real

E que talvez nada mais o seja.

 

Não sei onde estás

Se estás dentro ou se estás fora

Mas talvez esteja em todo lugar

E por lugar nenhum limitado.

 

Entretanto, no dragão do cotidiano

Para fora vamos, e esquecemos de voltar

Descuidados, deixamos a porta aberta

Deixando todo tipo de inquilino entrar.

 

Egoístas e exigentes

A lucidez se faz ausente

Tão caótica a casa se torna

Que cegos e surdos ficamos a Ti.

 

Pois Tu só acordas,

Quando dormem os falsos

Tu só falas,

Quando o vazio se instala.

 

Ainda que agora eu esteja distante

Insisto em carregar na memória

Que há uma Realidade silenciosa

por detrás dos panos de concreto.

 

Assim, mantemos a marcha em Tua direção.

 

Tu és agora estrela guia

Que a memória resgata

quando na noite silencia

 

És o saber sem palavras

de que há algo Real

A ser vivido pela alma.

 

Senhor,

Não sou digna de que entrei em minha morada

Mas sentindo a Tua presença estarei salva.

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